quarta-feira, outubro 27, 2010

Apenas um Obrigado.. um ou dois.

Este obrigado é diferente de qualquer outro..
Este obrigado é para partilhar com todos vós..
Este obrigado é para quem lê o nosso blog...
Não, isto não é um texto de despedida!
Apenas quero apresentar jogadores a quem devem agradecer este post.

ThankGod

ThankGod Ameafele- jogador na Nigéria, mas que passou já por Polónia e Grécia, em clubes como o PAOK. Actualmente joga no Sharks, do seu país
Tem 1, 81m e pesa 73 kg. São 73 kg de Obrigado!













Mas não se pense que este agradecimento fica só no estrangeiro. Há também por cá... e bem à português!

Bem Haja
Andrew Fontes Bem Haja, nascido na Austrália, mas que passeia o seu futebol pela Distrital de Aveiro. Com apenas 21 anos, joga agora na Liga dos Amigos de Azura de Cima, da II Distrital, depois de ter passado pelo Azurva e Eirolense.
Como faz anos hoje, um grande abraço de Parabéns e um Bem Haja por este momento!

Nao temos fotos deste nosso compatriota, mas para nao haver dúvidas que nao somos criativos a ponto de inventar umjogador, aqui está a prova:


segunda-feira, outubro 25, 2010

A Playlist

Os novos talentos musicais desabrocham em programas de TV, depois de mergulhar contentores de adolescentes várias vezes por dia numa infusão de Lady Gaga + Mickael Carreira + Morangos com Açúcar prescrita pelos pais e educadores. E o país parece estar bem servido, avaliando pelas filas e filas de jovens desocupados que sonham trocar os cadernos pelos palcos com a complacência desses mesmos pais e educadores. Vai haver milhões de vocalistas bem-sucedidos, fugindo dos horrores do karaoke directamente para a capa das revistas. É o que lhes está prometido. E nós podemos não sair nunca da crise e estarmos para sempre dependentes das capacidades concretizadoras do Hélder Postiga, mas, pelo menos, estaremos cheios de estilo e saberemos como animar uma noite na praia junto a uma fogueira.

Já os velhos talentos musicais encontram-se, não na M80 que passa metade do seu tempo com conversa e publicidade de chacha, mas sim no futebol português, mormente na alaranjada II Liga. É verdade.

E há clássicos para todos os gostos. Começando logo pelo Rei. Sim, ele vive. E nós vimo-lo, incomodando avançados com os cotovelos em Santa Maria da Feira. Quando ginga as suas pernas, ele leva a transição ofensiva do adversário ao delírio. Quando pára e observa a multidão em êxtase, isso não significa que está a sentir a audiência, mas sim que está com enormes cãibras. Pois é, a idade não perdoa e a picanha antes dos jogos também não. Não acreditem quando ele diz “love me tender”, porque este menino é capaz de partir uma dúzia de tábuas seguidas só com a cabeça.
Na mesma equipa, podemos encontrar o alegre Mika, um tipo saltitão, deveras irritante com o seu falsete e que faz amigos com as borboletas. Quando a táctica passa por desconcentrar o adversário (i.e., o famoso “jogar no erro do adversário”), Mika é o nº1 – não há ninguém que o ature quando ele começa com aquelas cenas do “love, love me”. Nove em cada dez expulsões dos adversários em jogos do Feirense ocorreram por agressões a Mika. A outra expulsão foi a de João Pereira e não se deveu a nenhuma antipatia especial contra o Mika, mas sim ao seu feitio formatado no Casal Ventoso. Mika confessou-nos que o seu ídolo era o elefante Dumbo, por ser terno e carinhoso e outras mariquices do género, e que sabia que o Dumbo já tinha jogado em Portugal. Desapontámo-lo quando dissemos que Karagounis já cá não joga.
Movendo-se por paisagens mais alternativas, eis Beck. Não confundir com Bock, esse é um primo afastado que é um Super avançado das divisões inferiores, um senhor imperial na área, apreciador da pressão intrínseca destes escalões e que deixa um rasto de espuma de golos atrás de si. Este Beck é pau para toda a obra: faz rap, toca country, executa carrinhos arriscados, organiza a primeira fase de construção ofensiva com a cabeça levantada, ouve Sonic Youth e gosta de jogar ao meiinho nos treinos, mesmo quando fica no meio durante um treino inteiro. Porém, tanta polivalência tem os seus custos: quando as coisas correm mal, é o primeiro a ser acusado de “loser”. Até quando não joga. Que é o que costuma acontecer. “So why don’t you kill me?”, pergunta Beck em desespero. Bah, ainda não tivemos pachorra para te liquidarmos, só isso.
Na nossa proposta musical há evidentemente lugar para as baladas de amor, de maneira a chamar o mulherio para as bancadas. Representante do romantismo italiano, Ramazotti encanta as senhoras com a sua voz nasalada e a maneira escandalosa, mas altamente sensual, de desperdiçar golos com a baliza aberta de uma forma que até faz o Nuno Gomes corar de vergonha. E olhem que com as conversas que ouve no cabeleireiro já pouco faz corar o Nuno Gomes. Ramazotti estava na shortlist de aquisições do Gil Vicente, juntamente com Margão e Cimarron, e acabou por ingressar no clube apenas porque o acaso o quis. “Sono cose della vita”, confidenciou-nos.
Bom, mas também há espaço para a canção portuguesa. E enquanto aguardamos por alguém que jogue a médio-defensivo no Trofense que se chame Nel Monteiro e por algum Zé Cabra que desponte como extremo no Penafiel, já não é nada mau podermos partilhar momentos de fervor amoroso com Toy, a sirene humana de Setúbal. E também um avançado da egrégia geração encanada, “La Quinta del Pepa”, que contou com o próprio Pepa, este Toy, aquele Rui Baião, aqueloutro Mawete Júnior e o indistinto Tote. O Toy cantor desabafava que estava “estupidamente apaixonado” mas este Toy não demonstra paixão nenhuma. Pelo menos, por aquele espaço limitado por dois postes e uma barra, com redes ao fundo a decorar. Digamos que este Toy tem estado “estupidamente desapaixonado” em relação ao golo. E isto tem-se manifestado recorrentemente ao longo da sua carreira. Ou seja, esta é a verdadeira “Toy Story”.
PS – Decerto que toda a gente já constatou que Hélder Postiga, na realidade, não existe:
existe apenas um clone do Matt Bellamy dos Muse que faz uma perninha no Sporting. Espero que compreendam agora a falibilidade do suposto ponta-de-lança. Ele não quer golos, ele quer é Grammys. Ponto.

terça-feira, outubro 12, 2010

Todo o Cuidado é Pouco

Se passeássemos pela cidade berço nos inícios dos anos 90, algumas cautelas teriam de ser observadas. Nomeadamente:
- não podíamos carregar objectos cortantes nem artefactos explosivos;
- recipientes contendo mais de 100 ml de líquidos não poderiam ser transportados connosco;
- era forçoso evitar contacto ocular directo com Bené e Jorge.
As duas primeiras medidas foram tão célebres que, passados alguns anos, todas as companhias de aviação acharam graça e adoptaram-nas como suas; todavia, as gentes de Guimarães já há muito tinham abandonado essas práticas por ser virtualmente impossível controlar os destemperados Insane Guys.
Onde a porca torcia o rabo era mesmo na terceira medida.

Bené possuía um aspecto sinistro a que nem faltava uma perturbante cicatriz debaixo do olho. O olhar esgazeado, a forma carniceira como se lançava de pitons em riste sobre os adversários, as cabeçadas extemporâneas. Bené era para ter sido o assassino de uma sequela de Halloween, mas gostava mais da realidade como defesa-central. Uma vez houve um adepto que protestou contra a forma como Bené deixou fugir o jogador que marcava à zona num canto e Bené sacou de um bisturi para o disciplinar. Valeu o Luís Freitas Lobo para dizer que a responsabilidade pela marcação ao avançado era do segundo ponta-de-lança que devia ter recuado para compensar a subida dos centrais, o adepto retractou-se e coisa ficou por ali. Mas Bené não esqueceu e ainda hoje se queima com cigarros acesos quando se recorda desse infame episódio.

Jorge era a cara chapada de um ex-presidiário. Alguém que fugiu de um estabelecimento prisional num carro da lavandaria, ou que degolou alguns guardas prisionais na sua fuga com uns lençóis atados através da janela cujas grades foram desgastadas por uma lima escondida dentro do bolo de aniversário trazido pela sua prima, ou por intermédio de um túnel escavado com uma colher durante anos. A sua alcunha era “167-716”, ou simplesmente “o Metralha”. Detestava o Sporting, por ter equipamentos às listas horizontais que recordavam-lhe o presídio. Dentro de campo era inflexível. No balneário ninguém queria tomar banho ao lado dele e foi na sua altura que se começou a generalizar o uso de gel de banho em detrimento do sempre fugidio sabonete. Nunca sorria. Era de poucas palavras. Quando abria a boca, era para afugentar os avançados com o seu bafo indescritível: o bafo de Jorge era o Chanel nº5 do pivete.

Porém, nem tudo era má cara em Guimarães. Três simpáticos africanos faziam o contrabalanço com a sisudez de Bené e Jorge. M’Bouh era um gajo cinco estrelas. Uma pessoa perguntava-lhe “Ó meu, queres vir connosco?” e ele “M’Bouh, M’Bouh!”. Nunca dizia que não. N’Dinga dispensava apresentações, de tão carismático que era este zairense. Com uma expressão tranquila e uma calma que transpirava sapiência, N’Dinga foi o guru espiritual vimaranense na transição da década. E para Basaúla, todo ele sorrisos e gargalhadas que perfaziam o dobro do volume das suas tímidas orelhitas, nunca havia stress, a vida era para curtir.
Com estes três não havia problemas de relacionamento, de tão bem dispostos que eram. Até porque mal compreendiam o português e quase ninguém falava o basaa ou o kituba. O mais fácil era comunicarem com djembés e danças exóticas que acabavam invariavelmente com uma lança espetada no relvado.

Mas com Bené e Jorge era complicado. Ziad deixou uma vez uma nota de mil escudos escondida debaixo das caneleiras no balneário e quando regressou já lá não estava. Lavado em lágrimas, queixou-se ao presidente. Chegou Pimenta ao Machado do dirigente, que ordenou aturado inquérito para apurar responsabilidades. Duas pessoas desapareceram, outras duas foram assaltadas e várias receberam ameaças telefónicas à sua integridade física e à dos seus. Ziad deixou de marcar golos durante semanas, psicologicamente devastado. Finalmente, a época acabou. Bené e Jorge foram oficialmente dispensados, mas há quem diga que violaram a sua liberdade condicional e foram recolhidos pelas autoridades. Ziad recuperou, enfim, os seus mil escudos. E foi feliz para sempre, marcando golos atrás de golos e deixando para trás o velho trocadilho jornalístico que lhe ensombrou durante o jejum de golos: “mais uma tarde aziaga para Ziad”.

sábado, outubro 02, 2010

A arte de voar e a protecção...

Que grande imagem.
É um pássaro? Um avião? Um papel do lixo a voar pelas ruas? Um macaco?

Não! É Luís Manuel! Guarda redes do Sporting de Espinho. 1996-1997.
E neste imagem leva com um biqueiro de Mário Jardel, Mário Jardel, Mááário Mááário´Máaario Jardel, Mário Jardel, Mário Jardel, Mááário Mááário´Máaario Jardel,
Desculpem, entusiasmei-me, senti-me um Juve Leo de cachecol ao peito... mas sem estupefacientes no bolso!
Carlos Carvalhal, muitos anos antes de estar sentadinho a comentar na TV, protege as suas partes baixas, porque Luís Manuel a voar como estava nao era para brincadeiras...
Mesmo assim, Carvalhal optou por fechar os olhos, para não ver caso acontecesse alguma catástrofe.

Ah, o FCPorto ganhou 2-0 neste jogo. No tempo de Oliveirinha e companhia..
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